Cristo é quem nos capacita a amar
1Jo 3.11-18
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Você teria coragem de pegar numa arma e matar alguém? Creio que nenhum de nós teria tal coragem. Mas, a Bíblia é enfática: todas as vezes que você odiou a seu irmão cometeu um assassinato (v.15).
O ponto central que devemos observar aqui neste texto é que Cristo deu a Sua vida por nós para que não vivêssemos mais para nós mesmos, mas, para Ele e para os irmãos (v.16). Essa é a essência da vida cristã, este é o chamado de Cristo para nós. Por isso, quero meditar com você nessa ocasião sobre: Cristo é quem nos capacita a amar.
É impossível você amar de verdade se primeiramente você não tiver sido transformado por Cristo, se você ainda não o recebeu como seu único e suficiente Salvador, se você ainda não sabe o que é o amor de Cristo em sua vida. Por isso, somente quem é nascido de Deus pode amar de verdade.
Ao capacitar-nos a amar, Cristo tem os seguintes propósitos:
1) Para que amemos de verdade nossos irmãos, v.11, 14b, 16-18
Novamente vemos João sendo bem explícito e claro em suas afirmações: “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros” (v.11).
Amarmos uns aos outros não é uma opção, mas, sim, uma ordem. Não é termos sentimentos bonitos pelos outros (ainda que os sentimentos estejam presentes e não descartamos a presença destes), mas, sim, ações bonitas, ações que honram a Deus, que tragam benefício para os irmãos.
Esse amor pelos irmãos testifica do nosso relacionamento com Cristo. Novamente João aponta claramente: “Nisto” ele diz, “conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (v.16). Um relacionamento de obediência, pois, se Cristo nos manda amar, então devemos amar. É também um relacionamento de gratidão, pois, se eu sei que Cristo Se entregou por mim, devo também me entregar a Ele através do amor pelos meus irmãos. É assim que eu demonstrarei que amo não só “de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (v.18).
No v.17 João nos mostra como é que amamos na prática. Se um irmão estiver passando necessidade e eu tiver os recursos para ajuda-lo, mas, em vez disso fechar meu coração para ele, isto
é, ser insensível à sua necessidade tendo todas as condições de ajudá-lo, então duas questões são levantadas: (1) como pode permanecer em mim o amor de Deus? (v.17), e (2) tenho mesmo certeza de que nasci de novo? No v.14 lemos: “aquele que não ama permanece na morte”.
Esta é a segunda razão pela qual Cristo nos capacita a amar:
2) Para sabermos que passamos da morte para a vida, v.12, 14a e 15
Como eu sei que nasci de novo? Quando amo aos meus irmãos com disposição de me doar por eles como Cristo Se doou por mim.
Tomando o exemplo dos irmãos Abel e Caim, João nos mostra que Caim era do Maligno e o seu caráter também era mau, e por isso odiava a seu irmão Abel a ponto de acabar matando-o. Esse ódio não somente leva à morte, mas, ele próprio é resultado da morte. Quem odeia a seu irmão demonstra estar morto espiritualmente ainda. Mas, quem ama de verdade a seu irmão tem a certeza de que passou da morte para a vida, pois, só ama de verdade quem foi vivificado por Cristo.
Agora, observe o que diz o v.15: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si”. Em primeiro lugar João nos mostra que quem odeia a seu irmão é assassino. Já vimos que o caráter de um assassino revela que ele pertence ao Maligno (v.12), e isso porque Satanás é chamado de “homicida” em Jo 8.44. Em segundo lugar o assassino não tem a Vida Eterna em seu coração. Como sempre temos mostrado a Vida Eterna não é um benefício que receberemos somente na Eternidade depois dessa vida aqui, mas, sim, ela já é desfrutada desde já; é por isso que o assassino não a tem porque ter a Vida Eterna é ter o próprio Senhor Jesus em seu coração, e quem tem ao Senhor Jesus em Seu coração tem o amor e não o ódio.
Por fim, o outro propósito de Cristo em nos capacitar a amar é
3) Para que sejamos o oposto do mundo, v.13
Conforme vimos em 2.15-17, estamos em franca oposição ao mundo. Somos hostilizados aqui e sempre seremos. O mundo nos vê como esquisitos, desajustados. Como já dissemos, aquele que vive de acordo com a Palavra de Deus incomoda o mundo e se incomoda com o mundo. Mas, tudo isso não deve causar espanto em nós. João disse: “Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia”.
Nessa luta contra o ódio do mundo não estamos sozinhos. Quando João disse “Irmãos” ele se inclui nessa situação. É a única vez nesta carta que ele os chama assim. Irmãos compartilham a mesma vida, a mesma fé, as mesmas lutas. Porém, todos nós, todos os crentes em todas as eras experimentam esse ódio do mundo justamente por se identificarem com Cristo. Em Mt 10.24-33 o Senhor Jesus advertiu aos discípulos das seguintes verdades:
- O discípulo não está acima do seu senhor (v.24); se Jesus foi chamado de Belzebu, o maioral dos demônios, os Seus discípulos também seriam insultados disso;
- Os discípulos de Cristo não devem temer as ameaças e até mesmo os ataques do mundo (v.26-31); não importa quais ameaças e até mesmo que ataques soframos, estamos guardados e amparados por Deus e nada acontecerá conosco sem a permissão Dele;
- O único temor que desfaz todos os outros temores é o temor a Deus (v.32,33); devemos temer somente desonrar a Deus.
Se você estiver sofrendo com o ódio do mundo, em vez de ficar esmorecido levante sua voz em adoração a Deus, louve-O com todo o seu coração, pois, você tem uma evidência fortíssima de que você é um filho de Deus e que Jesus Cristo lhe deu a Vida Eterna.
O que Deus quer que você faça?
O v.18 expressa com tanta clareza tudo o que falamos que dispensa qualquer acréscimo:
Deus não quer que amemos só da boca para fora, mas, com toda sinceridade e honestidade.
Conclusão
O seu caráter é revelado com o amor ou com a ausência dele; se você ama, você é de Deus; se você não ama, você é do Diabo.
Rev. Olivar Alves Pereira
São José dos Campos, 07/07/2013