Essas duas palavras vêm do latim. Labor (larore) e sabor (sapere). O labor é o trabalho, aquilo que realizamos com as nossas mãos, daí a nossa palavra “laboratório” (lugar onde se debruça sobre o trabalho). Já o sabor, é o gosto que sentimos, que provamos de algo que comemos.
Ambos podem ser bons ou ruins. Se o labor de um homem traz benefício para si e para a sociedade e, acima de tudo glorifica a Deus, então é um bom labor; em contrapartida, se for um labor que traz danos imediatos aos outros, e a longo praz a nós mesmos, então tal labor não glorifica a Deus e contribui para a iniquidade. O mesmo pode acontecer com o sabor de algo que comemos ou bebemos. Se estiver devidamente preparado e conservado, e, além disso, estiver na ocasião correta, com certeza será gostoso e prazeroso; do contrário será horrível.
Bem, por que estou dizendo essas coisas? Explico. Mais uma vez estou aqui pensando em nossas crianças. Nossa geração tem poupado suas crianças do labor, e proporcionado a elas o “sabor” das coisas que elas querem – friso esse ponto: damos às nossas crianças o que elas querem e não o que elas precisam. Criamos assim uma geração que cultua o prazer.
Temos de ensiná-las que antes de saborearem as delícias dessa vida, devem primeiramente laborarem no plantio, cultivo e colheita. Nossas crianças não sabem mais o processo das coisas. Quase todos os pais já tiveram a experiência de seu filho pequeno pedir algo e responder-lhe que não tinha o dinheiro para tal coisa, e a criança dizer em sua ingenuidade: “É só ir ao caixa eletrônico, ou preencher um cheque!”, como se não precisássemos pôr dinheiro na conta primeiro.
Em Ec 3.12-13, Salomão aponta que não há erro ou pecado algum desfrutarmos do nosso labor. Mas, em lugar algum a Bíblia nos incentiva a que desfrutemos de algo sem antes termos laborado. Ensine isso aos seus filhos, um dia eles agradecerão a você.
Soli Deo Gloria!
Rev. Olivar Alves