Em Gn 27 está registrado o momento em que Jacó, com o auxilia de sua mãe Rebeca, engana seu pai Isaque e recebe a bênção da primogenitura no lugar de seu irmão, Esaú, a quem ele (Jacó) trapaceou.
Sabedor de que Jacó enganara seu pai e tirara dele o direito à bênção, Esaú deixou-se tomar pela amargura. Observe a trajetória da amargura no coração de Esaú.
Em Gn 27.34 lemos: “Como ouvisse Esaú tais palavras de seu pai, bradou com profundo amargor e lhe disse: Abençoa-me também a mim, meu pai!”. Depois no v.41 lemos: “Passou Esaú a odiar a Jacó por causa da bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e disse consigo: Vêm próximos os dias do luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão”. Rebeca sabendo dos planos de morte de Esaú para com Jacó, providenciou que ele fugisse para casa de Labão seu irmão, e disse a Jacó que ficasse algum tempo por lá, e de Esaú: “e cesse o seu rancor contra ti, e se esqueça do que lhe fizeste…” (v.45). Em Gn 28.6-9 vemos que Esaú fez de tudo para irritar seu pai Isaque, pois, enquanto Jacó buscar entre sua parentela uma esposa em obediência a seus pais (v.7), Esaú, mesmo sabendo e vendo que seu pai não via com bons olhos as filhas de Canaã (v.8), “foi Esaú à casa de Ismael e, além das mulheres que já possuía, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nebaiote” (v.9).
A amargura em seu coração o levou ao ódio, e depois ao desejo da morte de seu pai e de assassinar seu irmão, e isto lhe aumentou o rancor, e, por fim, num ato vingativo e de desfeita aos seus pais.
Mais de vinte anos depois, quando Jacó retornou com sua família e bens da terra de Harã, Esaú estava transformado em seu coração (Gn 33.4). Não sabemos como isso se deu; só podemos afirmar que em algum momento, Deus tratou o seu coração para que ele perdoasse a Jacó. A amargura nos afasta das pessoas, e somente a Graça de Deus pode nos levar ao perdão e à reconciliação.
Rev. Olivar Alves Pereira