A criança nos seus primeiros dias de vida ainda não tem uma ideia do mundo em que vive. Esta criança é naturalmente egocêntrica, pensa que o mundo gira em torno dela. Quando vai crescendo e começa a ter noção da dimensão do mundo a criança percebe que não é o centro de tudo, mas seu desejo é assumir este papel central.
Crianças que desejam ser o centro manifestam a idolatria do seu coração. Um ídolo chamado “eu” ocupa um trono no coração desta criança. O egoísmo desta criança faz com que ela tenha prazer em estar no centro, se não do mundo, pelo menos da família.
Infelizmente em nosso tempo podemos observar pais que permitem e até conduzem seus filhos a ocuparem uma posição central na família. Estes pais permitem que a agenda familiar seja estabelecida pelos filhos e não pelo relacionamento prioritário de esposo e esposa. Lou Priolo destaca que um lar cujo centro são os filhos, é um lar em que a criança acredita que tem a permissão de se comportar como se a casa toda, pais e irmãos existissem só para agradá-la.[1]
Priolo nos ajuda ainda a identificar um lar em que o centro são os filhos. Neste lar os pais permitem que os filhos cometam os seguintes atos:
- Interromper os adultos quando estão conversando.
- Manipular e usar de rebeldia para conseguir o que querem.
- Ditar o horário da família (incluindo as refeições e hora de ir para cama)
- Ter prioridade sobre o cônjuge.
- Ter voto igual ou superior nas decisões familiares.
- Exigir tempo e atenção excessivo dos pais.
- Escapar das consequências de seu comportamento pecaminoso.
- Falar de igual para igual com os pais.
- Ser afagado quando estiver de mau humor.
Crianças criadas num lar em que são o centro crescerão achando que toda sociedade existe para satisfazer seus desejos. Colocar a criança no centro é um pecado que os pais cometem esquecendo-se de que seus filhos, que também são pecadores, usarão este fato para desenvolver padrões pecaminosos.
O conselho para famílias centradas nos filhos é conhecer o padrão bíblico da hierarquia nos relacionamentos, onde o relacionamento marido-esposa é prioritário e os filhos devem viver em obediência aos pais.
Quando os filhos são o centro, passa a existir um distanciamento natural entre os cônjuges. Quando a família gira em torno dos filhos passa a existir um vazio, uma falta de sentido entre marido e esposa pois estes não viveram um para o outro e sim viveram para os filhos.
Os pais devem ser encorajados a oferecem a seus filhos aquilo que precisam para crescer saudáveis espiritual e fisicamente e não aquilo que desejam, mostrando-lhes que os desejos de seus corações podem ser pecaminosos e contrários a vontade de Deus.
Devem reestruturar seus lares de modo que o pai seja o cabeça da família, sua esposa seja a ajudadora idônea e os filhos sejam a coroa desta união honrando seus pais através de uma obediência graciosa.
[1] PRIOLO, Lou. O coração da ira. São Paulo: NUTRA, 2009. p.30
Rev. Alex Mello*
* Alex Mello é Mestre em Ministérios Familiares pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida e Membro da Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos (ABCB). Serve como pastor na Igreja Batista da Fé em São José dos Campos.